Epígrafes
Edição 73 | Fev. 2014
René Descartes
Nasceu em 1596, quatro anos antes do fim do século 16, o Século do Renascimento; quatro anos depois da morte de Montaigne, o ensaísta do século. Fez seus estudos no La Flèche, colégio de jesuítas à beira do Loire e um dos mais famosos da Europa. Aí ensinava-se Latim, Grego, Hebreu, Gramática, Retórica, Teologia e Matemática, Porque tinha a saúde muito frágil foi-lhe permitido ficar no leito todas as manhãs. Com esse tempo livre, Descartes aprendeu a pensar, dedicou-se ao pensamento e à Matemática. Dizia-se que La Flèche formava homens para três caminhos: as armas, a política, a religião. Ao deixar o colégio, Descartes escolheu as armas. Na Holanda serviu sob as ordens de Maurício de Nassau. Deixa as forças armadas aos 23 anos. Anda por Alemanha, Dinamarca, Itália. Volta à França. Se fixa na Holanda. Com 41 anos, publica seu livro Discurso sobre o método, que se tornaria o mais conhecido e mais lido, mesmo por quem não se dedica à Filosofia. O “método” é o caminho trilhado por Descartes para chegar às ideias claras e distintas. É nesse Discurso que aparece a frase mais conhecida de toda a História da Filosofia, Penso, logo existo, também muito citada em latim: Cogito, ergo sum. Seu próprio nome, em latim, era Renatus Cartesius. E foi de Cartesius que se gerou um dos mais conhecidos adjetivos e conceitos da Filosofia: Cartesiano. Os franceses, ainda hoje, sentem-se essencialmente cartesianos.
